Caderno aberto com capa amarela e pássaro

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Sem luz, mas com voz: como sobreviver no próximo apagão

02.05.25

by Sandra Regala

Eram 11h33 da manhã, do dia 28 de abril, estávamos nós a dar os retoques finais para enviar um trabalho a um cliente, quando a nossa agência de design, em Aveiro, ficou às escuras e a internet foi abaixo.

— Olha foi a luz abaixo. Foi geral? Terá sido o quadro? Parece que é nacional. Espanha também! A Polónia!!?

E, de repente, acabaram-se as chamadas, as mensagens, as notícias.  Em poucos minutos, demos por nós na praça a perguntar a todos quantos passavam, a trocar receios, ideias e planos para sobreviver. Na verdade, sentimos um retorno a algo de bom, num dia que acabou por ser apenas uma pequena amostra de um caos maior, num dia que irá certamente ficar na memória de todos quanto o viveram.

No dia 28 de Abril, a eletricidade falhou — e com ela, a impressora, o ar condicionado, a máquina do café, mas também os novos apetrechos 2.0, os telemóveis, os computadores, os emails, os intermináveis feeds de notícias e os tão preciosos grupos do whatsapp. Assim do nada, sem aviso, um apagão deixou dez milhões de portugueses na idade da pedra, sem computadores, sem ecrãs e com muito trabalho pendurado. Felizmente, aquilo que parecia ser já uma catástrofe mundial (riso) resolveu-se em poucas horas e rapidamente voltamos à normalidade. Mas, ficou o alerta. Um aviso sobre a nossa dependência tecnológica, tão pervasiva quanto vulnerável.

Para quem trabalha em design e comunicação, os constrangimentos causados por um apagão de várias horas ou dias, não estão ao mesmo nível de quem trabalha num hospital. Mas não deixa de ser um motivo de preocupação para quem tem compromissos com datas de entrega, reuniões canceladas, orçamentos e pagamentos pendentes.

Levanta-se a questão: Estamos preparados para comunicar num mundo desligado?
A resposta é um grande, extra-bold, NÃO.

Numa sociedade altamente dependente de tecnologia, a eletricidade é o oxigénio invisível que tudo alimenta. E quando falha, percebemos o quanto damos por garantido: não há email, as chamadas caem, o Wi-Fi desaparece, e até os dispositivos móveis revelam-se inúteis quando a bateria acaba e não há como recarregá-los.

Voltar às origens: comunicar em modo analógico

Num apagão elétrico, a comunicação recua às suas formas mais fundamentais — e mais humanas. Eis algumas estratégias que voltam a ganhar protagonismo:

  • Mensagens físicas e murais informativos: A boa e velha folha A4 impressa (ou manuscrita) afixada na montra, entrada de edifício ou sala de reuniões;
  • Contactos diretos: Conversas presenciais, porta-a-porta ou reuniões de emergência à luz natural;
  • Rádios a pilhas ou carros: Para ouvir informações de serviços essenciais e manter a ligação com o que se passa lá fora;
  • Equipas de mobilização offline: Pessoas com tarefas específicas de transmissão de mensagens ou apoio logístico.

O papel das marcas: ser farol em tempo de escuridão

Quando tudo falha, o que as pessoas mais procuram é segurança, orientação e clareza. Uma marca ou organização preparada pode fazer a diferença com:

  • Planos de contingência de comunicação offline;
  • Kit de emergência para a equipa (rádios, lanternas, power banks, listas de contactos impressas);
  • Manual de ações prioritárias para diferentes cenários (apagão total, parcial, prolongado);
  • Mensagens pré-definidas para divulgar assim que a comunicação for restabelecida.

Pensar além do digital

A tecnologia é um aliado poderoso, mas a resiliência está em não depender exclusivamente dela. Equipas bem treinadas, canais alternativos e uma cultura de adaptação são, hoje, parte essencial de qualquer estratégia de comunicação.Em jeito de conclusão, o apagão de 28/04 foi um lembrete claro: sem luz, não há likes. Mas a comunicação não precisa de parar. Ela só precisa de reaprender a andar sem correr. E isto pode ser a chave para um futuro mais equilibrado, mais humano — e, sobretudo, mais preparado.

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